Do Dicionário de Citações

Dupla delícia.
O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.
Mário Quintana

sexta-feira, 27 de março de 2015

REVISTAS DO LIVRO - MAIS UM LANÇAMENTO

Histoire et Civilisation du Livre - Revue Internationale chega ao volume X


Revistas constituem um contributo da maior importância para o desenvolvimento das ciências, em todos os campos de ação e pensamento. Diferente dos livros e até mesmo das compilações - ou antologias de textos - elas refletem um movimento muito mais dinâmico das investigações de um grupo e dos pesquisadores que estão em sua órbita. Revistas funcionam como um luzeiro do pensamento. 
Histoire et Civilisation du Livre, publicação dirigida por Frédéric Barbier, não foge a regra.  
Trata-se de uma publicação francesa, que reúne as grandes escolas e instituições do livro do país: École Pratique des Hautes Études (Paris IV), École de Chartes, Collège de France, Enssib, BNF, Bibliothèque Mazarine, UVSQ, para citar as mais influentes. Não obstante, o conselho internacional e o conjunto de artigos apresentados vão muito além dos limites do hexágono. De leste ao extremo oeste, de norte a sul, a Europa figura em todas as seções da revista. E vai além-mar, nas Américas.
O Dossiê "Onde está a História das Bibliotecas?" reabilita uma problemática da maior atualidade: na era da revolução midiática, na qual os livros se fazem publicar por todas as partes, em versões digitais cada vez mais cuidadosas e fidedignas, qual o destino das bibliotecas? Nesse sentido, a história das bibliotecas procura mais do que a descrição de um passado distante, ou a síntese de tantas histórias de coleções as mais variadas: as religiosas, as reais e principescas, as públicas e as populares. É preciso refletir sobre a função das bibliotecas, o sentido da catalogação de suas coleções e suas mutações no tempo e no espaço. 
Sabemos hoje que bibliotecas não são e não foram apenas bibliotecas. Elas funcionam como seminários e colégios importantes, por exemplo, no contexto da Reforma; foram centros de subversão e de sociabilidade, para citar uma função importante, potencializada no século das Luzes; tornaram-se arma política nos quadros de formação dos estados nacionais independentes na América, a exemplo dos projetos defendidos por Benjamin Franklin para os Estados Unidos. No limite, as biblitoecas têm muito a nos ensinar por meio de sua arquitetura, de seu mobiliário, pelo conhecimento a ser compartilhado entre conservadores e leitores... jamais o espaço delimitado por uma tela de computador terá tanto a dizer do que uma sala de leitura repleta de livros e de História.

Nesse sentido, não é possível restringir o papel das bibliotecas ao de guardiãs de volumes, os quais, por sua vez, se tornarão públicos pelo meio digital. Atualmente, suas funções se multiplicam e as grande bibliotecas internacionais se esforçam em busca da concretização de um ideal aparentemente contraditório: publicar versões digitais de seu acervo de raridades e, ao mesmo tempo, atrair o público para suas dependências.

Para maiores detalhes sobre esta publicação elegante e imperdível, confira o sumário:

Histoire et civilisation du livre. Revue internationale,

tome X,Genève, Librairie Droz, 2014,488 p., ill. 
Chambéry, Torino o Ginevra? Le (s)fortune editoriali di un criminalista del primo Seicento, par Rodolfo Savelli, p. 269
Un moment dans l’intimité de deux grandes dynasties de libraires: les Didot et les Jombert, entre Directoire et Premier Empire, à travers quinze lettres inédites, par Greta Kaucher, p. 411  
François Jacob, Nicolas Morel, Nota Bene: de la musique avec Rousseau (Greta Kaucher), p. 461
Alain Bosson, L’Atelier typographique de Fribourg (Suisse). Bibliographie raisonnée des imprimés 1585-1816 (István Monok), p. 474
Hans-Jürgen Lüsebrink, «Le livre aimé du peuple», les almanachs québécois de 1777 à nos jours (Jean-Marie Mouthon), p. 481
Para novas informações e aquisições da revista e de outras publicações correlatas, acesse o site http://www.droz.org

ISSN 1661-4577 

Sommaire  

Où en est l’histoire des bibliothèques? Dossier publié sous la direction de Frédéric Barbier Introduction, par Frédéric Barbier, p. 7
Livres et bibliothèques à Strasbourg et dans sa région du milieu du XVe siècle à la veille de la Réforme, par Georges Bischoff, p. 13
Una biblioteca nobiliare ai piedi delle Alpi. La raccolta libraria dei conti di Castel Thun tra XV e XIX secolo: un primo sguardo, par Giancarlo Petrella, p. 27
«Como un hospital bien ordenado». Alle origini del modello bibliotecario della Compagnia di Gesù, par Natale Vacalebre, p. 51
Le livre dans l’économie du don et la constitution des bibliothèques ecclésiastiques à l’époque moderne, par Fabienne Henryot, p. 69
Le premier acte de «donation au public» de la bibliothèque de Mazarin (1650), par Yann Sordet, p. 93
De la bibliothèque savante à la bibliothèque publique: collections et lecteurs à Venise au XVIIIe siècle, par Antonella Barzazi, p. 113
Schoepflin et les origines de la Bibliothèque de la Ville de Strasbourg, par Magali Jacquinez, p. 131
La création de la Bibliothèque royale publique de la Cour de Portugal: une responsabilité partagée, 1796-1803, par Maria Luísa Cabral, p. 143
La ville et les livres, ou comment former une bibliothèque? Notes historiques sur la formation et sur le catalogue de la première bibliothèque publique de São Paulo (1825-1887), par Marisa Midori Deaecto, p. 163
Diffusion du livre en français en Hongrie: bilan et perspectives des recherches sur les bibliothèques privées de l’aristocratie (1770-1810), par Olga Granasztói, p. 181
«Le rameau d’or et de science». La bibliothèque humaniste de l’architecte Joseph-Jean-Pascal Gay (1775-1832), par Philippe Dufieux, p. 207
Des musées dans les bibliothèques: le cas des bibliothèques d’État en Italie, XIXe-XXe siècle, par Andrea De Pasquale, p. 229
Ce que le numérique fait à l’histoire des bibliothèques: réflexions exploratoires, par Anne-Marie Bertrand, p. 255 

Études d’histoire du livre, p. 267
Un ouvrage technique français de la Bibliothèque bleue, le Bâtiment des recettes, par Geneviève Deblock, p. 289
Jean Ribou, le libraire éditeur de Molière, par Alain Riffaud, p. 315
Charles Chardin (1749-1826), libraire à Paris, par Livia Castelli, p. 365La diffusion des connaissances utiles au XVIIIe siècle: Élie Bertrand, la Société économique d’Yverdon, sa bibliothèque et son cabinet de curiosités, par Thierry Dubois, p. 375 

Livres, travaux et rencontres, p. 409

Comptes rendus, p. 459
Miriam Nicoli, Les Savants et les livres. Autour d’Albrecht von Haller (1708-1777) et Samuel-Auguste Tissot (1728-1797) (Greta Kaucher), p. 464
Klára Komorová, Knižnica Zachariáša Mošovského (István Monok), p. 467
Un Succès de librairie européen, l’Imitatio Christi, 1470-1850. Exposition organisée par la Bibliothèque Mazarine en collaboration avec la Bibliothèque Saint-Geneviève et la Bibliothèque nationale de France (…) 4 avril-6 juillet 2012. Commissariat et catalogue de Martine Delaveau, Yann Sordet (István Monok), p. 470.
Un’istituzione dei Lumi: la biblioteca. Teoria, gestione e pratiche biblioteconomiche nell’Europa dei Lumi (Claire Madl), p. 478
Yannick Portebois, Dorothy Speirs, Entre le livre et le journal (Anthony Glinoer), p. 483  

Tables des illustrations, p. 487